
Trabalhador incansável, João Pereira dos Santos chegou aos 101 anos mantendo atuação constante nas empresas que comandava, entre elas a Cimento Nassau, a TV Tribuna e a fábrica de papel Cepasa
Faleceu ontem, às 21h25 no Hospital Português, o empresário pernambucano João Pereira dos Santos, de 101 anos. Ele deu entrada na emergência cardiológica às 16h30 e sofreu uma parada cardíaca. O corpo do industrial será velado na casa onde ele morava, na Avenida Boa Viagem, e sepultado no cemitério de Santo Amaro, no jazigo da família. Até o fechamento desta edição, ainda não tinha sido definido o horário do enterro, mas a previsão é que aconteça no final da tarde, porque um dos filhos estava na Europa.
A longevidade do empresário refletia a sua atitude incansável diante da vida. Sertanejo de Vila Bela (hoje município de Serra Talhada), o menino João aprendeu cedo o que é trabalho. Depois de perder o pai com menos de um ano de idade, foi com a mãe para a Bahia. Lá, conheceu o empresário Delmiro Gouveia e teve o seu primeiro emprego, com apenas 8 anos. De menino de recado – numa época em que nem se imaginava usar a expressão office boy – João Santos se transformou no fundador de um dos maiores grupos empresariais do Nordeste. A história do conglomerado começou no setor sucroalcooleiro e depois estendeu sua atuação para a atividade cimenteira – com a Nassau –, além dos segmentos de papel e celulose, transportes e comunicação, com a Rede Tribuna.
Até 2007, João Santos continuava a dar expediente no grupo. Quando começou a perder a visão, diminuiu as visitas às empresas, mas nunca deixou de acompanhar os negócios. De casa, mantinha a rotina de fazer uma espécie de ronda telefônica para se inteirar dos acontecimentos. Nos finais de semana, o patriarca costumava receber a família em sua casa. O empresário teve sete filhos (dois falecidos), seis netos e bisnetos.
Apesar da sua paixão pelo setor sucroalcooleiro, o empresário se destacou na indústria de cimento. A estreia no setor aconteceu e 1954 com a entrada em operação da Itapessoca Agroindustrial S.A., em Goiana (Zona da Mata). Visionário, o industrial também percebeu uma oportunidade de atuar na atividade de papel e celulose. Nos anos 70, comprou a indústria Portela (hoje Cepasa – Celulose e Papel de Pernambuco S.A.), em Jaboatão dos Guararapes. Na época, duvidaram de que ele estivesse fazendo um bom negócio. Hoje, a Cepasa ostenta o título de pioneira em âmbito mundial na plantação de floresta industrial de bambu. A empresa fabrica papel e sacos multifolheados para cimento, cal, argamassa, gesso e outros produtos com fibra 100% de bambu. Outra marca do empresário foi investir em rincões, descentralizando os empreendimentos dos grandes centros e apostando em cidades esquecidas no mapa brasileiro.
Na despedida ao empresário, a família optou por respeitar o seu estilo discreto. Ele não costumava dar entrevistas, evitava ser fotografado e se esquivava de compromissos sociais. Guardava suas energias para missões maiores.
FONTE palavrasdosertao.com.br
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