Sociedade Brasileira de Endometriose alerta para a falta de
informação das mulheres e de capacitação dos médicos para o diagnóstico precoce
da doença
Milhares de mulheres
brasileiras e de outros países sofrem com uma doença pouco conhecida: a
endometriose. Ela pode ocorrer sem sintomas ou se caracterizando por uma forte
cólica menstrual e dor durante a relação sexual. Muitos médicos, no entanto,
não associam esses sinais a um diagnóstico da doença, que é uma das principais
causas da infertilidade feminina. O tempo médio para que uma mulher seja
diagnosticada com endometriose chega a sete anos, devido à falta de informação
por parte da sociedade e à falta de capacitação de médicos, segundo o
presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose, Maurício Abrão. Ele sugere
mudanças para que se consiga fazer o diagnóstico precocemente no Brasil.
“O primeiro desafio, basicamente, é fazer com que os
profissionais de saúde de família entendam que aquele sintoma de cólica possa
tá relacionado com a endometriose. O segundo desafio é que capacitemos mais e
mais médicos pra fazer um diagnóstico não invasivo, diminuindo, inclusive,
custo para o governo. E a terceira perspectiva é que, com o aumento dessa
capacidade de diagnóstico, a gente também possa tratar as mulheres, capacitando
o SUS no País inteiro pra poder fazer essas ações de tratamento.”
De acordo com o médico, todos esses aspectos já foram
encaminhados pela Sociedade Brasileira de Endometriose ao Ministério da Saúde,
mas ainda faltam políticas públicas nesse sentido, além de centros de saúde
especializados, campanhas nacionais e a designação de um “Dia Nacional da
Endometriose” para alertar as mulheres sobre a doença. O cenário preocupa
parlamentares da Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira, a Liderança do
Partido Socialista Brasileiro na Casa organizou o seminário “O que é a
Endometriose?”, com a participação de especialistas que deram palestras sobre a
doença e a realidade dela no País. A idealizadora do seminário, deputada Sandra
Rosado, do PSB do Rio Grande do Norte, falou sobre a importância de cientistas,
médicos e estudiosos compartilharem conhecimento com o legislativo e o
executivo, e disse que a ideia do evento é chamar a atenção da presidente, dos
governadores e dos prefeitos para o problema.
“Simplesmente por não termos esse diagnóstico precoce e a
impossibilidade, na maioria das cidades brasileiras, de ter esse tratamento
como deveria ser feito, é que nós estamos levantando essa questão aqui na Casa
Legislativa pra exatamente fazer uma provocação aos poderes executivos – tanto
ao governo federal, como os governos estaduais e municipais – dessa gravidade,
porque milhares de mulheres não sabem que têm a doença, não sabem porque não
são férteis e, de repente, essa doença pode se agravar muito mais.”
Durante o seminário, nesta terça-feira, foi lançada a Frente
Parlamentar da Luta contra a Endometriose, que passa a ser presidida pelo
deputado Roberto de Lucena, do Partido Verde de São Paulo.
Reportagem, Natália Borges.
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