A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX,
era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam
os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em
conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em
novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta
durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida,
o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento
formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.
O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo
depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele
acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças
sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento
civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir
um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia
libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.
Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de
tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus
roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento
religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos
daquela região estavam acostumados a viver.
Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o
governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia
em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por
sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente
no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e
organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os
impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de
alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam
idosos, mulheres e crianças.
Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a
luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a
resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do
sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões,
eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na
história de nosso país.
Conclusão: Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da
República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas
sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores
condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc),
foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A
violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar
aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.
Fonte: historiadobrasil
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