
No início da colonização do país, a metrópole, no caso Portugal, para melhor administrar o vasto continente recém descoberto, resolveu fatiá-lo, o que denominou de Capitanias, e entregou a alguns fidalgos do reino. Isto aprendemos ainda na infância, quem não se lembra do capítulo das Capitanias Hereditárias, que passavam de pai para filho, onde se destacaram em todo processo as capitanias de Pernambuco e São Vicente?
Pois bem.
O formato adotado pelo reino de Portugal mostrou-se ineficiente, tanto que em seguida tudo foi revogado, mais ficou enraizado em nós brasileiros a cultura da hereditariedade dos poderes. Isso em todos os setores e mais evidente na política, onde deputados fazem questão de elegerem seus filhos, sobrinhos, netos e esposas para ocuparem suas vagas, enquanto alçam outros vôos.
Particularmente acho uma imoralidade.
Essa farra, pelo menos para os que ocupam cargos no executivo sofre restrições por parte do TRE, é o caso de esposas, filhos e parentes em primeiro grau de prefeitos ou presidentes, poderem se candidatar a algum cargo.
O TER é taxativo: não pode, a não ser que o ocupante do cargo executivo renuncia seis meses antes.
Exemplificando: A esposa ou filho de um prefeito, não poderá ser candidato a nenhum cargo nas próximas eleições, para que possa concorrer a qualquer cargo, o prefeito terá que renunciar seis meses antes do pleito.
Concordo com a medida, pois a candidatura de um parente próximo tornaria desleal a disputa, já que, como detentor do poder, político, por conseguinte, econômico, terá chances muito superiores para desenvolver sua campanha, com o agravante que nossos eleitores, na sua grande maioria são pessoas humildes, de pouca instrução e condições econômicas sofríveis, os que os tornam mais vulneráveis as ações predatórias de políticos inescrupulosos que teimam em se perpetuar no poder, seja através de si próprio ou de seus descendentes.
Acredito que agora, depois de 500 anos, já é hora de apagar de uma vez por todas o capítulo das capitanias hereditárias de nossa história, estendendo inclusive as proibições para ocupantes do legislativo: ou seja, se um Pai deputado quer fazer o filho seu sucessor, renuncie o mandato para que este se candidate.
Taí um mote para reforma política.
Tarcísio Rodrigues (jornalista e escritor)
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