GENEBRA – Apesar de viver uma falta de médicos e de ainda
registrar dezenas de hospitais pelo País com sérias dificuldades para materiais
básicos, o governo brasileiro irá quase dobrar suas contribuições financeiras
para a Organização Mundial da Saúde a partir de 2014, numa nova divisão da
conta da saúde mundial.
Dados obtidos com exclusividade pelo Estado revelam que, já
no ano que vem, o Brasil será obrigado a aumentar em 82% suas contribuiçõs à
entidade que se ocupa da Saúde no mundo, destinando mais de US$ 26 milhões.
Apesar do salto, o Brasil ainda contribui com apenas 10% do que o bilionário
Bill Gates dá a cada ano para a OMS para programas de saúde pelo mundo.
O novo orçamento foi aprovado ontem em Genebra, durante a
Assembléia Mundial da Saúde, depois de meses de negociações. Passando por uma
séria crise financeira, a OMS foi obrigada a promover uma reforma de suas
contas. De um lado, cortou gastos e fixou um orçamento para 2014 e 2015 num
valor de US$ 929 milhões e demitiu quase mil funcionários.
Mas a reforma também envolveu uma intensa batalha interna em
relação a quem pagaria a conta. Países ricos alertaram que, por conta da crise,
não tinham mais como bancar sozinhos o orçamento. Já os emergentes vinham
alertando que queriam um peso cada vez maior nas decisões da OMS.
O resultado foi um acordo que eleva as contribuições de
países emergentes e, de outro, reduz a dependência da OMS aos governos
europeus.
Até 2013, o Brasil contribuia com 1,6% do orçamento da
entidade. A partir de 2014, essa taxa chega a 2,9%, uma elevação de 82%. Em
termos absolutos isso significará o envio de US$ 26 milhões aos programas da
OMS nos próimos dois anos e colocará o Brasil como o décimo maior contrbuinte
do orçamento ordinário da organização, praticamente empatado com Espanha e
Canadá.
Técnicos da OMS explicaram ao Estado que o aumento segue o
padrão estabelecido na ONU, calculando o volume de dinheiro com base no PIB do
país e outros critérios sociais. “A nova divisão é um espelho do novo cenário
internacional”, explicou um dos negociadores da entidade.
O governo brasileiro já deixou claro que está disposto a
contribuir mais pela saúde mundial. Mas deixa claro que irá também cobrar da
OMS um posicionamento mais aberto aos países em desenvolvimento e uma redução
da influência das grandes farmacéuticas mundiais.
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