Para marcar a semana da criança, o Fórum Estadual de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (Fepetipe) realiza
no dia 10 de outubro, a 1ª Marcha Pernambuco contra o Trabalho Infantil.
A expectativa é reunir grande número de pessoas para chamar
a atenção para essa grave violação de direitos da criança e do adolescente, que
atinge mais de 3,5 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados
recentemente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/IBGE).
A concentração para a Marcha terá início a partir das 14h,
na Praça Oswaldo Cruz. O percurso segue pela avenida Conde da Boa Vista, ponte
Duarte Coelho, avenidas Guararapes e Dantas Barreto, encerrando no Pátio do
Carmo. Antes e durante a Marcha, haverá apresentações dos grupos de Dança do
Clube de Mães dos Moradores do Alto do Refúgio e do de Percussão do Centro
Comunitário Chão de Estrelas.
Outra novidade será a realização de um Flash Mob, com a
música "Criança Não Trabalha, Criança dá Trabalho", que será encenada
pelos adolescentes que estarão participando da Marcha. A organização da Marcha
também vem se articulando a partir das redes sociais, onde estarão divulgando o
evento através da hastag #MarchaPEcontraoTrabalhoInfantil. O objetivo é que as
pessoas possam compartilhar mensagens nas redes sociais contra o trabalho
infantil.
O objetivo da Marcha é conclamar a sociedade e órgãos de
defesa de direitos a abrir os olhos para a causa do trabalho infantil em
Pernambuco, pois muitas vezes esse tipo de trabalho se dá de forma silenciosa e
naturalizada. Além da visibilidade ao tema, a mobilização busca chamar a
atenção da sociedade acerca de sua responsabilidade no combate ao trabalho
infantil.
SOBRE O TRABALHO INFANTIL
O trabalho infantil é um fenômeno com muitas causas e muitas
responsabilidades. A falta de vagas nas creches, a má qualidade do ensino e a
dificuldade de conter a evasão escolar dos adolescentes contribuem para
aumentar o número de meninos e meninas no trabalho doméstico, nos campos e nas
ruas, correndo o risco de se envolverem com o tráfico de drogas e a exploração sexual.
Há que se lutar também contra os mitos de que é melhor a
criança trabalhar do que ficar na rua e com a realidade das famílias pobres
que, muitas vezes, não conseguem garantir sua sobrevivência sem envolver os
filhos no trabalho. Há que se avançar com políticas públicas e maior acesso à
educação de qualidade. Por isso, governo, empresas e toda a sociedade têm muito
para fazer.
SITUAÇÃO NO MUNDO
O recém-publicado relatório “Medir o progresso na luta
contra o trabalho infantil”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
sustenta que o número de crianças que trabalham em todo mundo caiu um terço
desde 2000, de 246 milhões para 168 milhões. No entanto, esta diminuição não é
suficiente para alcançar o objetivo de eliminar as piores formas de trabalho
infantil para 2016, uma meta pactuada pela comunidade internacional por meio da
ação da OIT.
Segundo o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, “estamos nos
movendo na direção correta, mas os progressos ainda são muito lentos. Se
realmente queremos acabar com o flagelo do trabalho infantil no futuro próximo
então é necessário intensificar os esforços em todos os níveis. Existem 168
milhões de boas razões para fazê-lo”.
Mais da metade das 168 milhões de crianças trabalhadoras no
mundo está envolvida em atividades perigosas. Trata-se de trabalhos que põem
diretamente em perigo sua saúde, segurança e desenvolvimento moral. O número
atual de crianças que realizam trabalhos perigosos é de 85 milhões, diante de
171 milhões que havia em 2000. O trabalho perigoso é frequentemente tratado
como indicador substitutivo das Piores Formas de Trabalho Infantil, uma vez que
as crianças que realizam estes trabalhos representam a maioria dos incluídos
nesta categoria.
SITUAÇÃO NO BRASIL
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2012)
divulgada no dia 27 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontou redução no número de jovens de 5 a 17 anos que
trabalhavam no Brasil ano passado - ao todo, 3,518 milhões de trabalhadores,
menos 156 mil pessoas (4,20%) -, mas revelou que o indicador não recuou em
todas as regiões e idades e, em alguns casos, aumentou.
O instituto constatou queda no índice nas faixas etárias até
15 anos, porém descobriu um crescimento de 82 mil jovens no grupo de trabalhadores
de 16 e 17 anos. A redução ocorreu basicamente entre homens - apenas 1,28% da
diminuição foi de mulheres - no Centro-Oeste e Sudeste, regiões em que a
pesquisa, ano passado, encontrou trabalhando 8 mil crianças de 5 a 9 anos a
mais que em 2011.
No Nordeste, onde o número global apontou queda de 9,26% (de
1,284 milhão para R$ 1,165 milhão), o indicador se reduziu entre os jovens das
faixas de 5 a 15 anos, mas subiu o número de trabalhadores no grupo de 16 a 17
anos - mais 25 mil, um aumento de 4,29%, de 582 mil para 607 mil. No exame por
Estado da região, é possível constatar que, no grupo de 5 a 9 anos, houve
crescimento no número de trabalhadores na Paraíba e em Sergipe, queda em
Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Bahia e estabilidade do Rio
Grande do Norte.
Ministério Público do Trabalho em Pernambuco
Assessoria de Comunicação
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