CRISE ATINGE CATADORES E COOPERATIVA DE RECICLAGEM EM AFOGADOS DA INGAZEIRA



O efeito da crise no mercado financeiro global, que começou na maior economia do planeta, os Estados Unidos, chegou à base da pirâmide social. Os catadores de materiais recicláveis do município de Afogados da Ingazeira estão sofrendo na pele o mal mundial. O preço dos reciclados caiu quase pela metade nos últimos três meses.

O catadora Maria de Fátima, 51, está desolada. Sem condições de exercer outra atividade, acompanhado pelos filhos viu neste trabalho a chance de sobrevivência. "Um mês pelo outro, eu tirava uns R$ 400,00. Agora o preço caiu. O que a gente cata não tem valor", diz. Ela comenta que passou a ganhar menos de R$ 250,00.

A Ceralpa, empresa de reciclável onde Fátima e cerca de outros 20 catadores entregam o material que recolhem de sol a sol, no lixão de Afogados também sofre com a queda nos preços.

A garrafa pet sofreu duas baixas em dois meses. De R$ 0,40 o quilo, caiu para R$ 0,35 e agora está em R$ 0,30. O ferro que a Ceralpa comprava por R$ 0,16 o quilo dos catadores, agora não sai por mais de R$ 0,14.

Produtos como alumínio, papelão e plásticos no momento não estão sendo comprados, isso porque as fábricas de embalagens de papelão, vidro e plástico passaram a importar componentes em vez de comprar material reciclado no Brasil.

O lixo é uma questão a ser abordada de forma complexa, pois envolvem, além de aspectos econômicos, políticos e ambientais, também aspectos sociais. Os catadores dos lixões são pessoas que se encontram marginalizadas por desenvolverem uma atividade inferior no conceito da sociedade.
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