Com apenas dois meses de vida, a pequena Daniele Gomes do Amaral já enfrenta grandes dificuldades. Ela mora no município de Tabira, no Sertão do Pajeú, e precisa vir periodicamente ao Recife passar por um tratamento de tireoide. Distante 400 quilômetros de sua casa, Daniele passou um dia inteiro entre estradas e espera em hostal. O bebê e outras 34 pessoas não puderam voltar para casa ontem depois de um dia de viagem e tratamento de saúde.
![]() Prefeito José Edson (D) teve que levar as 35 pessoas para o TIP, após mais de seis horas de espera. Foto: Andre Marins/Esp. DP/D.A Press |
Um ônibus fretado pela Prefeitura de Tabira foi impedido de sair do Recife com destino ao Sertão, sob acusação de se tratar de um tranporte clandestino e irregular. Com isso, todas essas pessoas que vieram à capital pernambucana passaram seis horas à espera de uma solução para voltarem à sua cidade, já que o ônibus foi apreendido e a casa de apoio da Prefeitura de Tabira no Recife só tinha dez camas.
Por volta das 17h30, quando os pacientes estavam dentro do coletivo para enfrentar oito horas de viagem de volta ao Sertão do Pajeú, uma equipe da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) mandou que todos descessem pois o ônibus seria recolhido ao depósito. Isso porque, de acordo com a diretora de Transporte CTTU, Bárbara Estolano, uma lei municipal de 2003 obriga ônibus fretados a portarem uma lista de passageiros, assim como um contrato de locação do veículo. Segundo ela, muitas cidades que trazem passageiros do interior para a capital oferecem o transporte fretando o serviço. Ou seja, cobram uma tarifa para as pessoas que precisam viajar para sua cidade, o que é considerado transporte irregular. "O recolhimento do veículo e a multa só acontecem com o flagrante da irregularidade, vendo os passageiros pagando passagem. Os agentes realmente são orientados a proceder desta forma", afirmou.
No entanto, o Diario esteve na casa de apoio de Tabira, localizada na Madalena, e conferiu a documentação exigida pela CTTU, que foi apresentada aos agentes. O prefeito da cidade, José Edson de Carvalho, foi chamado ao local. Ele disse que o ônibus da prefeitura está quebrado, por isso foi obrigado a fretar um coletivo particular. "Os agentes disseram que esse ônibus já foi apreendido outras vezes pela irregularidade, mas cada caso é um caso, e desta vez estava tudo certo. O Recife está fechando as portas para o Sertão. Vamos entrar com um processo contra a Prefeitura do Recife".
A solução encontrada às 23h foi levar os pacientes para o TIP, de onde pegariam um ônibus de linha até Tabira. Gente que fez cirurgias, idosos e crianças passariam a noite viajando de volta para casa. (Joana Perrusi)
Fonte:Díário de Pernambuco
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